Por Geovana Bosak | estudante de 3º semestre de Jornalismo na PUC-SP
No sábado, 22 de junho, foi realizada a aula inaugural da 4ª edição do curso “Cinema e Jornalismo – Luzes sobre São Paulo”, integrado ao Projeto Repórter do Futuro. Essa é uma realização do Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais – IPFD, em parceria com a Oboré e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Os participantes do módulo tiveram um encontro com o convidado Aldo Quiroga, jornalista, editor chefe da TV Cultura e professor da Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Quiroga também integra a equipe de coordenação do Projeto Repórter do Futuro, que completa 30 anos neste ano.
Durante o encontro, ele compartilhou com a turma sua trajetória profissional, o processo de produção de seu documentário “Como o céu é do Condor”, transmitido pela TV Cultura, além de suas experiências e perspectivas sobre a intersecção entre o jornalismo e cinema.
Para essa palestra com Aldo Quiroga, os participantes foram indicados a assistir uma filmografia, incluindo uma edição especial do Jornal da Cultura (JC1| 10/02/2020) e os documentários Como o Céu é do Condor e O Método, de Eduardo Coutinho.
Trajetória
“Eu queria mudar o mundo”, respondeu Aldo Quiroga ao ser perguntado sobre o motivo pelo qual escolheu cursar jornalismo. Ele se interessou pela profissão desde muito jovem, a partir da sua participação no jornal da escola, durante o ensino fundamental. “Ali, eu vi uma coisa bem interessante, poder fazer uma coisa que me era muito agradável: escrever e unir ideias. Isso se consolidou no ensino médio, com as aulas de história”, compartilhou.
Antes de chegar ao jornalismo, ele trabalhou em diversas áreas para sobreviver, começando como vendedor de marmitas no centro da cidade aos 14 anos. Aldo foi estudante bolsista na faculdade de Jornalismo, na PUC-SP, o que o permitiu concluir os estudos.
Como jornalista, possui uma longa relação com a TV Cultura, onde iniciou como estágio e atualmente desempenha os papéis de apresentador e editor-chefe.
Abordagem Cinematográfica
O documentário “Como o céu é do Condor”, dirigido e roteirizado por Aldo, apresenta ao público brasileiro o processo social vivido no Chile desde 18 de outubro de 2019 e sua relação com a realidade atual do continente e contém imagens autorais e entrevistas exclusivas.
Aldo destacou que todo o material produzido pelo documentário foi feito com celulares e microfones adaptados, sem a necessidade de grandes equipamentos e equipes do cinema tradicional. Ele explica que essa abordagem e adaptação permitiu uma conexão direta com o público, capturando a história de forma mais intima e autêntica.
Com uma citação do documentarista chileno Patrício Guzman, Aldo ressaltou como a importância do conteúdo se sobressaí aos recursos técnicos. “É preciso ter muito zelo na escolha do dispositivo. O que é que você pode utilizar do que você tem, na sua frente, na realidade, como algo que vai sustentar sua narrativa? [...] Então todas as nossas histórias estão nos dispositivos, é só saber reconhecê-los”.
O jornalista também enfatizou a relevância da decupagem detalhada e do roteiro sólido no processo de produção, elementos que considera fundamentais para um resultado de qualidade.
“Foi um trabalho em que nós investimos o tempo em aprimorar o material bruto, e não perdidos para achar, que é uma coisa que eu insisto nas aulas de audiovisual que eu faço. A decupagem é chata e o roteiro pode até parecer chato para quem tem pressa, mas são fundamentais para que o processo termine bem”, comenta.
Sobre o Curso
O curso “Cinema e Jornalismo: Luzes sobre São Paulo” faz parte do Projeto Repórter do Futuro, que oferece cursos e atividades de complementação universitária a jovens estudantes e recém-formados. Nesse módulo, os participantes são convidados a assistir, discutir e refletir sobre práticas de reportagem e produção de conteúdo audiovisual com foco na cidade de São Paulo. Os encontros acontecem de junho a julho de modo on-line e inclui a audição prévia de filmes, palestras com jornalistas, cineastas e especialistas sobre as obras. Ao final, os participantes são incentivados a produzirem sua própria peça audiovisual, relacionada com as temáticas discutidas durante a formação.
Essa é uma realização do Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão de Políticas Públicas e Sociais – IPFD, em parceria com a Oboré e com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
Cronograma
- 22 e 29 de junho; 6,20 e 27 de julho de 2024: Conferência remota com os convidados (via Zoom), sempre aos sábados, das 10h às 12h30.
- 15 de julho a 15 de setembro: Produção das reportagens / documentários pelos estudantes, em dupla ou trio, com acompanhamento da coordenação.
- 15 de setembro a 31 de dezembro: Produção de peça digital (e-book) contendo o histórico do curso e as produções dos estudantes para registro e divulgação pública.
Conheça as produções realizadas em módulos anteriores:
1ª Edição – 2021 [link para o e-book, em pdf]
2ª Edição – 2022 [link para o e-book, em pdf]
3ª Edição – 2023 [link para o e-book, em pdf]
MAIS INFORMAÇÕES
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